quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O reino que parece, mas não é



Há muito tempo sobrevivia um reino cheio de problemas que com um passado de grandeza, conquistas e glórias, mostrava-se fortalecido. Mas algo destruía aos poucos a força deste reino. A vaidade quase neriana, as divergências entre pares, as fofocas que beiravam os folhetins de baixa categoria. Com uma casca de gigantesco, a realidade mostrava que a casca a cada dia tinha uma rachadura que expunha sua fragilidade.
 Mas este mesmo reino tinha uma população apaixonada, que acreditava no seu passado glorioso, na força de todos em prol de um mesmo objetivo. Próximo a completar um centenário, os lordes do reino definiram um projeto ousado: este reino será reconduzido aos seus dias de maiores glórias, bradou um dos lordes. Quem comandaria este reino neste trabalho herculiano? Nomes não surgiram. O rei que sofria restrições dos lordes para poderosos do reino, acabou recebendo um apoio, mesmo que superficial, sem amarras, sem um alicerce necessário ao engrandecimento do reino.
 Na casta de poderosos, um lorde se destacava. Homem de muitas posses lhe era atribuído à resolução de boa parte dos problemas do reino, ainda mais pela sua força financeira. O lorde sabia da sua importância e ao mesmo tempo em que sabia disto, impunha sua autoridade sobre os demais lordes e com a autoridade de quem investe no reino, opina-se, toma-se decisões, mesmo que contrárias aos seus superiores. Também existiam lordes com experiência em outros momentos já vividos dentro do reino, momentos de pujança, momentos de adversidades, mas cabia a este lorde, dispor de sua vivência e experiência para a árdua tarefa de reconstruir o prestigio do reino. Não demorou muito e sem o apoio necessário – ou possível – o lorde que reconstruiria, não mais iria construir. Ele abandonou o posto, mas seguiu morando no reino, meio que se protegendo de todos os problemas que a relação entre os lordes poderia trazer mais a frente.
 Este reino ainda terá a força para seguir no caminho traçado? Difícil responder. A tendência é que mais uma vez, a vaidade, as divergências, a síndrome de Nero, que acompanha diversos lordes ao longo dos anos, atrapalhe atingir o objetivo inicial. A população espera dias melhores, até quer ajudar, mas não dispõe de mecanismos, nem de força suficientes para forçar os lordes a se entenderem. Pobre reino! Já foi o exemplo de fortaleza, já assombrou outros reinos, mas hoje se restringe ao passado, perdeu terras, perderam lordes, perdeu força. Dificilmente será o que já foi. Hoje é um reino que parece, mas não é.

2 comentários:

  1. Nossa qualquer semelhança entre a ficção e a realidade é mera coincidência.

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  2. Esse reino ainda renderá muitas glórias! Pois os lordes passam e o reino permanece! Um dia um novo Rei saíra do povo e reconduzirá esse reino ao seu devido lugar!

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