sexta-feira, 13 de abril de 2012

Desaforo da Bola (II)



O contato com o Seu Zé Maria passou a me intrigar. Um homem simples defendia suas posições de forma concreta, sem dar chances para contestações. Isto, confesso, incomodava. De repente, ele me deu quase uma “tapa”. Disse o Seu Zé Maria: garoto, vou lhe falar sobre o seu CSA. Digo seu porque você gosta de futebol, já esteve em outros times, mas nunca escondeu o fato de o azul ser sua paixão. Tenho dificuldades de entender o CSA. Primeiro o Jorge VI luta para ser presidente. Monta projetos, fala de futuro. Depois das pancadas do 1º turno, Jorge VI falava em desgaste, que é um aprendizado e que a herança do passado lhe puxa para o fundo como uma âncora. Mas ele não sabia o que iria encontrar? Ele não quis tanto se manter na presidência? Agora não vale a pena chorar. A vingança da bola também veio naquele roubo lá dentro. Você lembra que o CSA assumiu os ingressos pensando que era roubado ou pelo menos desconfiando disto? E não é que o roubo veio de dentro do CSA com – o sumiço dos ingressos? Mesmo com todos os erros acontecidos, o CSA é grande e tem um senhor que trabalhou calado e mudou tudo. Falo do Sr. Rafael , - neste momento, ele se refere a Rafael Tenório - aquele que ano passado ajudou o CRB. Ele deu carta branca para os reforços e tranquilidade para o trabalho seguir. Ele é um pouco diferente do Jorge. Ele trabalha sem a necessidade de aparecer. O Jorge precisa aparecer. Mas o presidente ainda não percebeu que é necessário aparecer de forma natural, com os resultados que o time possa conseguir, com o trabalho realizado. Fiquei ouvindo tudo e pensando no choque de realidade passada por um senhor simples, um homem do povo, que mostra tanto esclarecimento, dentro de sua forma rude de pensar. Meu contato com Zé Maria estava próximo do fim. Mas ele ainda tem algo a dizer. E neste momento, eu queria ouvir.

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