Foi apenas um contato mas muito rico em revelações, teses e experiência de vida que realmente não imaginava ter. Depois de ouvir o desaforo da bola inicial ficou evidenciado uma pergunta ao meu mais novo amigo Zé Maria, já posso chama-lo assim, por Zé – O Senhor fala sobre o desaforo, sobre a “vingança”, mas o CRB não foi campeão? A resposta foi seca: claro, meu filho. Você como gosta de futebol, devia estar inclusive no Trapichão e assistiu tudo. Entenda uma coisa, nem tudo são apenas espinhos, existem flores neste caminho. O vento que sopra de lá, sopra pra cá. Estas frases enigmáticas me tiravam meio que do sério. Estava de frente para um cara que conhecia a pouco mais de trinta minutos e ele no alto de sua simplicidade mostrava um claro ar de superioridade que me incomodava. Ele percebeu e começou a explicar. “Dotor” Marcos Barbosa é um homem, como a gente chamava antigamente, “danado”. Ele ajeitou o CRB. São méritos dele. Se ele hoje sair, o CRB não consegue manter esta linha, vai atrasar salário, não tem dinheiro para investimentos e tudo mais. O doutor fez o que muitos não fizeram e por isso, colheu. Agora você entende quando eu disse que existe a vingança, mas também existe a recompensa. E dentre os clubes do 1ºturno, nenhum mereceu tanto quanto o CRB. O doutor Marcos é muito inteligente. Trouxe os jogadores, que são peça ruim, para o seu lado, criou uma família, trouxe a família dos caras, paga em dia, trata os caras como filhos. Ele acertou. Acertou muito mais que errou e por isso foi campeão. Ele fala com simplicidade. Simples assim. Eu entendi e engoli mais uma lição. Não parou por ai. Ele disse que já tinha falado muito do Galo. Tinha outros “desaforos” a contar. Eu ouvi, anotei. No próximo post, conto mais.
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