O anúncio da renuncia de Jorge VI
deixando a presidência executiva do CSA é o fim de uma trajetória de pouco mais
de três anos no comando executivo do clube. Como todos que passaram pelo CSA,
VI contabiliza erros e acertos na sua administração. Existem méritos na sua
administração. Entre eles, a coragem de assumir o CSA sem handicaps, colocados
como essenciais por alguns. Jorge VI nunca foi um cara abastado. Deixa o CSA
sem acusações que enriqueceu com o clube. Conseguiu tirar da marca CSA um pouco
mais que os outros que o antecederam. Falo isso em relação a buscar ações,
patrocínios e parcerias que melhorasse a visibilidade da marca. Conseguiu
diminuir a sangria de ações judicias, pensou no clube como uma sequencia de
trabalho e planejamento, avançou no Mutange, disponibilizando uma melhor
estrutura e até mesmo uma melhor condição de trabalho para jogadores, comissão
técnica e imprensa. Mas também é preciso dizer que Jorge VI foi um dos
presidentes que mais adorou os holofotes da mídia. Publicou através de diversas
notas incontáveis opiniões, esteve na mídia em muitas situações, dando
entrevistas longas, repetitivas, que mostrava a fragilidade como instituição,
criou a figura da ancora, pesada, destrutiva, que remetia sempre ao passado, os
maiores problemas azulinos. A relação com a imprensa sempre foi tumultuada.
Extremamente vaidoso e com uma imensa preocupação com as criticas recebidas,
Jorge VI discutiu, questionou, cerceou, teve problemas com diversos nomes da
imprensa esportiva, criando em muitos casos, uma forma difícil de se
relacionar. Mas a principal análise a ser feita é no futebol, razão de ser do
clube. VI sempre foi corajoso. Ousou em muitas situações, mas essencialmente,
obteve poucos resultados aceitáveis para a grandeza do CSA. Com pouco entendimento
de como funciona o futebol, Jorge cometeu muitos erros e exercia uma
interferência que prejudicava o andamento do clube. Não conquistou títulos. O
principal feito foi ofertar ao time um calendário mais favorável para o próximo
ano. Não acho que o momento escolhido para sair tenha sido o correto, mas a sua
rejeição junto a todos os setores – conselheiros, imprensa, torcida – acabam
soando como um alivio. Este alivio também é para ele, Jorge VI, não é fácil ser
dirigente, não é fácil ausentar-se da família. Não se pode negar que Jorge VI
gosta do CSA, mas sua passagem pelo time azulino lhe fez criar inimizades,
mudar a sua postura de homem cortez. Não sei como o agora ex-presidente será
lembrado daqui a dez anos, mas é verdade que assim como tantos, Jorge
contabiliza erros e acertos, deu sua contribuição ao clube e terá seu nome na
galeria ocupada por poucos, como um ex-presidente de um dos maiores clubes de
Alagoas.
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