quarta-feira, 26 de junho de 2013

A trajetória de Jorge VI tem erros, acertos e um rastro de polêmicas por amor ao CSA


 

O anúncio da renuncia de Jorge VI deixando a presidência executiva do CSA é o fim de uma trajetória de pouco mais de três anos no comando executivo do clube. Como todos que passaram pelo CSA, VI contabiliza erros e acertos na sua administração. Existem méritos na sua administração. Entre eles, a coragem de assumir o CSA sem handicaps, colocados como essenciais por alguns. Jorge VI nunca foi um cara abastado. Deixa o CSA sem acusações que enriqueceu com o clube. Conseguiu tirar da marca CSA um pouco mais que os outros que o antecederam. Falo isso em relação a buscar ações, patrocínios e parcerias que melhorasse a visibilidade da marca. Conseguiu diminuir a sangria de ações judicias, pensou no clube como uma sequencia de trabalho e planejamento, avançou no Mutange, disponibilizando uma melhor estrutura e até mesmo uma melhor condição de trabalho para jogadores, comissão técnica e imprensa. Mas também é preciso dizer que Jorge VI foi um dos presidentes que mais adorou os holofotes da mídia. Publicou através de diversas notas incontáveis opiniões, esteve na mídia em muitas situações, dando entrevistas longas, repetitivas, que mostrava a fragilidade como instituição, criou a figura da ancora, pesada, destrutiva, que remetia sempre ao passado, os maiores problemas azulinos. A relação com a imprensa sempre foi tumultuada. Extremamente vaidoso e com uma imensa preocupação com as criticas recebidas, Jorge VI discutiu, questionou, cerceou, teve problemas com diversos nomes da imprensa esportiva, criando em muitos casos, uma forma difícil de se relacionar. Mas a principal análise a ser feita é no futebol, razão de ser do clube. VI sempre foi corajoso. Ousou em muitas situações, mas essencialmente, obteve poucos resultados aceitáveis para a grandeza do CSA. Com pouco entendimento de como funciona o futebol, Jorge cometeu muitos erros e exercia uma interferência que prejudicava o andamento do clube. Não conquistou títulos. O principal feito foi ofertar ao time um calendário mais favorável para o próximo ano. Não acho que o momento escolhido para sair tenha sido o correto, mas a sua rejeição junto a todos os setores – conselheiros, imprensa, torcida – acabam soando como um alivio. Este alivio também é para ele, Jorge VI, não é fácil ser dirigente, não é fácil ausentar-se da família. Não se pode negar que Jorge VI gosta do CSA, mas sua passagem pelo time azulino lhe fez criar inimizades, mudar a sua postura de homem cortez. Não sei como o agora ex-presidente será lembrado daqui a dez anos, mas é verdade que assim como tantos, Jorge contabiliza erros e acertos, deu sua contribuição ao clube e terá seu nome na galeria ocupada por poucos, como um ex-presidente de um dos maiores clubes de Alagoas.

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