Ontem, na hora do almoço, a CBF anunciou Muricy Ramalho. À noite, na hora do jantar, o técnico escolhido para o lugar de Dunga era Mano Menezes. Nunca na história desse País viu-se tamanha esculhambação na seleção brasileira.
Começou muito mal a renovação pretendida por Ricardo Teixeira. Após o fracasso na Copa do Mundo da África, a CBF teve tempo para definir calendário e preparar amistosos – como este do dia 10 de agosto – mas tratou a importantíssima escolha do novo do técnico com mistério e arrogância.
Mano Menezes, o escolhido da vez, aceitou porque, para qualquer treinador do País, dirigir a seleção brasileira é o objetivo máximo da profissão. Mas ele sabe que não existe um projeto. Alguns dias após a derrota para a Holanda, Teixeira foi ao programa Bem Amigos fazer as pazes com a Rede Globo e declarou: “Não vamos exigir resultados imediatos do novo treinador. Vamos exigir que ele promova uma renovação na seleção brasileria”.
Seria ingenuidade de Mano Menezes acreditar nesta falácia. Ao aceitar o lugar de Dunga, ele tem agora 24 horas para definir a convocação para o amistoso contra os EUA. Quais os critérios ele vai usar? Quem pode ser chamado? Quem está na lista negra de Teixeira? Quais são os jogadores de sua preferência?
No Rio de Janeiro, comenta-se que não foi somente por causa do contrato com o Fluminense que Muricy recusou a seleção. Recusou porque não sentiu a segurança de integrar um projeto que vai até 2014.
Entre o almoço e o jantar deste dia 23 de julho – uma sexta-feira melancolicamente histórica para a seleção pentacampeã do mundo – começo a acreditar que Andres Sanchez, presidente do Corinthians, está com a razão. Depois de chefiar a delegação do Brasil na última Copa, ele disse que o substituto de Dunga vai sofrer tanta pressão que vai acabar “se ferrando”.
Boa sorte, Mano Menezes.
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