sexta-feira, 19 de março de 2010

Papo Curto – Jr Amorim – Parte I

Ao ser recebido no REDBLUE – bar temático relacionado do futebol, percebi que o atacante Jr Amorim parecia ansioso para falar. Ele estava há muito tempo fora da mídia, mas mostraria que não perdeu a sinceridade e as declarações fortes e polêmicas. Em um longo papo, que vou dividir em suas partes, Amorim colocou para fora tudo que estava guardado desde a sua contusão.




Está com saudades dos gramados?



Muita. Já oito meses fora dos gramados. Fico angustiado e estou me preparando para voltar e retornar em alto nível



Qual a previsão para seu retorno?



Estou na fase final de recuperação. Demorei começar o trabalho correto de fisioterapia após a cirurgia em função que tive que investir em um outro empreendimento, com isso queimei algumas etapas da recuperação. Não estou sentindo nenhum tipo de dor e agora é só dar um pouco mais de tempo entrar no trabalho de campo e fazer uma pré-temporada.



Todo jogador escolhe um clube onde vai encerrar a carreira. Você já sabe qual vai ser?



Se eu pudesse escolher,tem dois clubes que escolheria para encerrar minha carreira. Um seria o Paysandu, onde tudo começou e é um clube que gosto, que admiro e que entrei muitas vezes como mascote. Mais não serei mentiroso, nem vou esconder, tenho uma admiração pelo CRB. Tenho uma admiração pelo clube e por esta torcida. Se eu pudesse escolher seria no CRB.



Estamos no REDBLUE e lembro das suas passagens por CSA e CRB. Você se arrepende do que fez nos dois clubes?



Não me arrependo de nada, até porque quando vim para o CSA, vim pensando em fazer um grande trabalho. Mas infelizmente, o momento que vim era um momento muito ruim do clube.



O que foi fundamental para queda do CSA?



Eu nunca vi equipe nenhuma de futebol chegar ao sucesso sem planejamento. Infelizmente, o CSA não tinha estrutura e ainda não tem. O clube trocou de técnicos e jogadores em uma velocidade muito grande. A outra coisa que vi lá dentro é que os jogadores eram pouco profissionais. Já fui acusado de ser boêmio, desagregador, mas sempre provei o contrário. É tanto que a maioria dos treinadores que trabalharam comigo mudaram a forma de ver e são meus amigos.



Quem te trouxe para Maceió?



Foi engraçado. Eu estava jogando o Pernambucano pelo Ypiranga e estava desgostoso do futebol. O CRB foi assistir um meia chamado Toni e na época foram ver o jogo Ednilton Lins, o Ferdinando Teixeira. No jogo meti três gols e sofri um pênalti. No outro dia estava aqui. A maioria da imprensa metendo o pau e dizendo que eu era refugo do futebol pernambucano. Mas fiz o que vocês sabem. Sou o maior artilheiro do CRB em campeonatos brasileiros e me tornei ídolo.



O que significa o CRB para você?



Primeiro passei por vinte clubes e nunca fui considerado ídolo. Tenho um carinho muito grande do torcedor do CRB e se isso marca. Passei por muitas coisas no CRB. A vida é assim, tem momentos que você está feliz, tem outros que você está triste. Existe uma frase do Cazuza que me marcou e que diz “o tempo não para”. Então ainda vou mostrar a muita gente que ainda tenho muito a dar no futebol. Se for no CRB vai ser muito bom.



Esse movimento de jogadores mais velhos voltarem a jogar te anima?



Quando eu machuquei, fiquei tão triste que até duvidei da minha fé. Ficava triste, chorando no apartamento e me questionando o porque que aconteceu comigo. Fiquei querendo voltar no tempo porque na minha cabeça ficou o som da torcida do CSA me xingando, me chamando de pipoqueiro. Ai vejo alguns jogadores com idade maior que a minha jogando, isso me motiva. Sem falsa modéstia, vejo os jogadores no Alagoano e sei que estaria jogando pois sei os atalhos. A idade não vai ser barreira.



Quais os grandes treinadores que você trabalhou?



Um que aprendi muito chama-se Ivo Wortman. É um gaúcho que parece ser linha dura, mas é um cara coração mole e super conhecedor de futebol. Aprendi demais nos seus treinamentos. Outro que tive o privilégio de trabalhar e que não é esse treinador todo que as pessoas pensam é o Joel Santana. É um cara que é pai, amigo e faz você correr para ele. Ele está com aquela prancheta ali, mas não anota nada. É só brincadeira. Mas é um cara sensacional. Outro cara que me marcou muito foi Roberval Davino. Ele tinha uma visão distorcida de mim e depois me disse isso, mais hoje é meu amigo.

Um comentário:

  1. NO CRB seras bem recebido, falo pela maioria da torcida mesmo q alguns não admitam.

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